segunda-feira, 1 de junho de 2009

Não queremos luxo, mas uma comida digna de um ser humano comer


Solicitamos melhoria na ALIMENTAÇÃO“O arroz estava azedo que não se podia comer.
Foi tudo jogado fora e dormimos com fome a espera do café do dia seguinte.
”Venho através desse jornal reclamar uma situação que tem ocorrido há tempos na Cadeia Pública de Cataguases.Temos ciência do crime que cometemos e sabemos que temos que pagar por ele.
Mas o pior dos crimes é tratar um ser humano como bicho selvagem, sendo que somos iguais a todos.
Primeiro, nós, detentos, perdemos o direito de ir e vir, mas não perdemos o direito de sermos tratados como seres humanos e a dignidade de nos alimentarmos como se deve, com higiene.
O que tem acontecido é uma grande falta de respeito para conosco, que dependemos do alimento que recebemos aqui, a famosa “Dalva”.
Quando a marmita chega até nossas mãos está fedendo a barata, quando abrimos é totalmente reprovável, geralmente contém três peixinhos de dois centímetros que até parecem ser de aquário, cenoura ralada crua, arroz duro, feijão seco e duro, e, às vezes, vem acompanhada de uma vitamina especial “um cabelo”.
Às vezes, acontece como no dia 170409, todos estavam com fome e ansiosos esperando a comida, mas, na hora que ela chegou e abrimos para comer, o arroz estava azedo que não se podia comer.

Foi tudo jogado fora e dormimos com fome a espera do café do dia seguinte.
Estamos presos e dependemos desse alimento para sobreviver.
Perdemos a liberdade; não a dignidade.
Aqui dentro não está uma criação de porcos que come comida azeda.
Aqui estão seres humanos que cometeram erros, mas que apesar desses erros continuam sendo iguais a todos. Todo mundo erra e nem por isso tem que ser tratado como porco, humilhado e sem moral.

Jesus mesmo disse: “Aquele que não tem pecado, que atire a primeira pedra”.
Não é com brutalidade e humilhação que se faz uma pessoa se regenerar.
Portanto, por favor, senhores autoridades de Cataguases,
este é o pedido de um ser humano como os senhores, que tem fome, sede, sente dor, medo, saudade, ou seja, um ser humano que sente tudo o que outro ser humano sente.

Por favor, vamos tentar melhorar a questão da alimentação dos detentos da cadeia pública de Cataguases. Somos pessoas e não animais, precisamos nos alimentar normal.
Não queremos luxo, mas uma comida digna de um ser humano comer.
Isso é pedir muito?
Muito obrigado pelo espaço no Jornal Recomeço e pela atenção dos leitores
Da cadeia pública de Cataguases

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