sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Organizações de Direitos Humanos fazem ato pela punição de assassinos de Andreu

Organizações de direitos humanos fazem ato pela punição dos assassinos de Andreu
Fonte: Agência Petroleira de Notícias (www.apn.org.br)

Denunciar e cobrar a punição dos assassinos de um jovem morador do Morro do Cantagalo, Andreu Luis da Silva de Carvalho, de 17 anos, por seis agentes do Degase (Departamento Geral de Ações Socioeducativas).
Esse foi o objetivo da manifestação realizada nesta quinta, 22, em frente à Segunda Vara da Infância e da Juventude, nas imediações do Armazém 11, no cais do porto do Rio de Janeiro.
O crime foi praticado nas dependências do Centro de Triagem, instituição destinada a “ressocializar jovens infratores”.
Dados do Instituto de Segurança Pública apontam que, em 2007, foram mortas em ações policiais 1335 pessoas no Estado e, em 2008, mais de 900.
Em 1º de janeiro de 2008, Andreu foi barbaramente torturado. Levou cadeiradas, mesadas, pontapés, apanhou com cabo de vassoura, teve o rosto coberto por saco plástico e morreu, em conseqüência da sessão de torturas.
Andreu estava detido desde a véspera, acusado de participar de um furto a um coronel norte-americano, na orla da Praia de Ipanema.
De acordo com sua mãe, Deize Silva de Carvalho, Andreu já havia praticado pequenos delitos que resultaram, inclusive, em outras internações, mas teria confidenciado à mãe que não participou do roubo ao turista norte-americano.
O ato de protesto foi promovido por várias organizações de defesa dos direitos humanos, com apoio do Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro-RJ): Cebraspo, Instituto dos Defensores dos Direitos Humanos (IDDH), Rede contra a Violência, Projeto Legal, Movimento Estudantil Popular Revolucionário (MEPR).
Não é papel do Estado torturar e matar. Ao contrário, o Estatuto da Criança e do Adolescente garante às crianças e jovens brasileiros o direito de serem protegidos física e psicologicamente pelo Estado assim como prevê a punição para aqueles que descumprirem esses preceitos.
Mas, desde que esse crime ocorreu, há mais de um ano, os torturadores e assassinos continuam livres. Cinco deles continuam trabalhando com adolescentes no Degase.
Para as entidades que organizaram o ato, os desdobramentos desse caso evidenciam que, no governo Sérgio Cabral, está em curso uma política de extermínio e criminalização da pobreza.
Eles responsabilizam, sobretudo, o secretário de Segurança José Mariano Beltrame, autor de declarações carregadas de preconceito e que encombrem o desprezo pelos pobres.
Já disse, por exemplo, que os moradores das favelas são “vagabundos” e que as favelas são “fábricas de marginais”.

Que horror!!!, o próprio estado que deveria dar garantia de vida e ser o primeiro a cumprir e fazer valer a lei, promove a banalização da violência e o desrrespeito a ao bem maior que é a vida.

A TRILOGIA DA ORAÇÃO

A TRILOGIA DA ORAÇÃO
O Senhor Jesus usa três verbos para explicar o que é uma atitude de oração, quando diz: “todo o que pede recebe; todo o que busca encontra; e, a quem bate, abrir - se - lhe - á” ( Mt.7.8) Estes três verbos mostram a realidade do que é a oração para nós.

Daí a necessidade de se pensar em cada palavra desta individualmente.
Em primeiro lugar, a oração se consiste em uma petição.
Nós pedimos a Deus, em oração, pois Ele é o nosso Pai.
O Seu cuidado direcionado a nós é algo perfeito. Pedimos ao nosso Deus, por que temos certeza, que Ele nos responde sempre perfeitamente.
Esta petição enfatiza a ação livre e soberana de Deus.
Em segundo lugar, a oração se consiste em uma busca. Nós buscamos a Deus em oração, porque temos certeza que iremos encontra - Lo. Não podemos de forma alguma duvidar disto. Esta busca sempre terá um resultado eficaz.
Em terceiro lugar, a oração se consiste em um bater. Nós batemos mediante a oração porque sabemos que Deus pode abrir qualquer porta por Seu poder.
Lembrando daquela conhecida frase: “Quando nós trabalhamos, nós trabalhamos; quando nós oramos, Deus trabalha”.Esta trilogia nos mostra como é importante orar.
Também nos mostra, que a oração não consiste em palavras vazias jogadas ao vento. Deus ouve as nossas orações por Sua imensa graça.
Precisamos descansar nesta certeza. Calvino afirma isto dizendo: “A oração é o antídoto para todas as nossas aflições”.

Fonte do blog:Teologia Corajosa

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

CARTA DE UM PALESTINO

Transcrevo aqui na íntegra, uma carta de um palestino chamado

Achmed Assef hoje residente no Brasil, que pode falar com propriedade sobre o que ocorre entre palestinos e israelenses. Esta carta me foi enviada pela Guiomar Barba:

Meu nome é Achmed Assef, sou palestino e vivo no Brasil atualmente.
Desde que iniciou novamente os conflitos no Oriente Médio, não se fala em outra coisa a não ser nesta guerra infeliz que tanto vem fazendo vitimas dos dois lados.

Nasci na Palestina, um pais que ainda não existe oficialmente e quando a situação ficou insustentável para minha família, tivemos o feliz e sagrado convite de um amigo de meus pais a virmos ao Brasil, e desde meus 5 anos de idade, moro neste lindo pais acolhedor.

Quando digo que a situação na Palestina ficou insustentável, não estou me referindo aos inúmeros conflitos com o exercito de Israel ou os religiosos judeus que mantinham suas casas lindas em território palestino, e que hoje essas mesmas casas foram tomadas a força pelos terroristas, mas sim de uma insustentabilidade provocada pelos próprios "governantes" palestinos em todos esses anos.
Para quem está no Brasil ou qualquer outro lugar do mundo, na segurança de seu lar e de sua vizinhança não vai conseguir imaginar nunca o que é viver em Gaza.
Somente de lembrar minha breve infância nas cidades em que vivi, me da aperto no coração e vontade de chorar, porem, ninguém que esta no conforto de seus lares também recebendo milhares de informações, fotos e noticias do atual conflito pode imaginar também o que é sentir-se traído por aqueles que se intitulam lideres palestinos.
Os lideres palestinos nunca quiseram um Estado.
E eu posso falar isso em alto e bom tom, porque é uma verdade. Se quisesse teriam criado antes de 1948, quando ainda não existia o Estado de Israel, se quisessem o teriam feito em 48 também quando a ONU decidiu pela criação de dois Estados, mas nossos grandes Líderes preferiram incitar o povo a violência de lutar contra os judeus do local a fazer lobby por um Estado palestino viável.
Não quiseram também os lideres palestinos quando os territórios, chamados "ocupados por Israel" e que hoje estão em sua grande maioria em nosso domínio, criar um Estado palestino.


O que dizer então da mais recente escalada de violência, quando ocorreu a segunda intifada causada pelo grande líder Arafat que em 2000 rejeitou o melhor acordo de paz de todos os tempos propostos pelo premie israelense Ehud Barak e mais uma vez incitou o povo palestino a violência e a brutalidade através de homens-bomba, enquanto a família do Sr. Arafat vivia com regalias, mordomias e riquezas em Paris, tudo fruto de doações dignas estrangeiras, mas que nunca chegaram ao povo sofrido da Palestina.

Ao invés de comprar comida, água, remédios e oferecer uma vida digna e boa ao povo palestino, nossos lideres preferiram o caminho da violência, da brutalidade e da estupidez de promover o ódio e a discriminação contra o povo judeu, que se não são anjos, também não são demônios como pregam nossos lideres.
As mesmas crianças que hoje morrem inocentemente no colo de suas mães, são as mesmas que recebem a criação e educação militar desde cedo a odiar Israel e o povo judeu, sabendo atirar com armas pesadas com menos de 5 anos de idade e ainda recebem a lavagem cerebral de se tornarem mártires explodindo-se para causar ainda mais vitimas do outro lado.


Os lideres palestinos não possuem nenhum sentimento humanitário como se espera para uma população cansada e calejada de sofrimento.
Pois se tivessem, não mandariam para o suicídio seus parentes e suas crianças, enquanto esses covardes assassinos escondem-se em outros países ou ate mesmo utilizando escudos humanos dentro da população civil, como vemos hoje na faixa de Gaza.
O Hamas, que há muito tempo vem promovendo barbáries dentro e fora de Gaza, desde que em seu único ato inteligente na historia, transformou-se em partido político somente para dar legitimidade ao seu terrorismo praticado diariamente nas ruas de Gaza, matou, perseguiu, torturou e aniquilou todos os "inimigos" do Fatah, o partido moderado que hoje é representado pelo incapaz Mahmoud Abbas.

Senhores, como pode um grupo terrorista, dizendo-se líder do povo palestino matar nossos irmãos?
Como entender que eles não estão defendendo nosso povo, mas sim seus próprios ideais que não refletem a opinião da maioria desse meu povo palestino?
Matar palestinos somente porque não concordam com seus atos e idéias é arcaico e acima de tudo terrorista. Sobrou a Cisjordânia para o Fatah e que se não tomarem cuidado, servira de base para mais atos de violência dos terroristas do Hamas.
Vocês podem argumentar que os terroristas do Hamas praticam atos sociais e de solidariedade, mas não acreditem em tudo que vêem na mídia e muito menos em tudo que ouvem.

Para que vocês consigam compreender, faço uma analogia com os traficantes no Rio de Janeiro, pois é legitimo o que eles fazem? Aliciar crianças inocentes para o trafico de drogas, colocando armas pesadas em suas mãos? Acredito que não, mesmo que os traficantes promovam atos sociais e atos solidários com os moradores dos morros onde estão alojados. Continuam desrespeitando o direito de crianças crescerem com educação saudável e não para a guerra, como os terroristas do Hamas fazem hoje.

Amigos brasileiros que tanto respeito e tanto quero bem, faço um apelo como palestino, como muçulmano, mas acima de tudo como um ser humano que não agüenta mais ver a ignorância e a falta de conhecimento por parte de muitas pessoas neste lindo Brasil:
Parem de atacar Israel, parem de atacar os judeus e também parem de achar que o povo palestino é somente de terroristas. Há muita gente boa, inocente e que não quer mais conflitos com os israelenses e não os odeiam, assim como não odeiam os americanos. Muita gente la, incluindo minha família está cansada de tanta dor e sofrimento e sabemos que devemos ter uma convivência pacifica com Israel, afinal, é de Israel que vem nossa água, nossa comida, nosso trabalho e nosso dinheiro.
Israel inclusive nos oferece ajuda militar sabiam? Quando houve acordo com a Autoridade Palestina no governo de Arafat, a policia de Israel treinou muitos de nossos homens que não queriam envolvimento com o conflito para que pudessem trabalhar na ordem de nossas cidades. Israel ofereceu treinamento para seus supostos inimigos, inclusive com armamento para que tivéssemos nossa própria segurança.

Terroristas que tentaram e não conseguiram se explodir nas cidades de Israel, receberam atendimento medico nos hospitais israelenses!! E muitas das escolas em Israel promovem a educação igualitária com alunos palestinos e judeus, convivendo em perfeita harmonia e recebendo educação sadia e de respeito ao próximo. Diferentemente do que acontece em Gaza, por exemplo.
Se nossos lideres não fossem tão burros e estúpidos, nosso povo sofrido não teria mais o que reclamar, pois em Israel estão as maiores oportunidades para um palestino que vive em gaza ou Cisjordânia e quem tem um mínimo de inteligência la sabe que não vai conseguir nunca varrer Israel do mapa ou exterminar todos os judeus, como apregoam certos lideres maníacos do nosso lado.
Quanto ganharíamos se estivéssemos do lado de Israel e dos judeus? Por que aqui no Brasil a convivência entre os dois povos sempre foi motivo de orgulho e quando estamos em sociedade ganhamos em tudo?
Meu tio recebeu visto de trabalho em Israel. Todos os dias levantava cedo e ia trabalhar em Israel e voltava de noite para sua casa em Gaza. Quando o Hamas tomou o poder à força e iniciou seus diários ataques as cidades israelenses, meu tio perdeu o emprego e a fronteira foi fechada.

A culpa é de Israel? Do meu tio que nunca odiou os judeus
Não, a culpa é dos terroristas do Hamas. Meu tio hoje continua não odiando os israelenses nem os judeus. Vive na Síria, onde a situação não é das melhores, mas la não há grupos terroristas como o Hamas ou o Hezballah que somente acabam com a vida dos cidadãos de bem.
O povo palestino foi expulso de diversos países chamados "amigos dos palestinos", incluindo Jordânia, Líbano, Síria e Líbia. O Egito fecha sua fronteira com Gaza porque não nos querem por la, inclusive no tratado de paz com Israel, na devolução do Sinai ao Egito, foi oferecido por Israel devolver Gaza também e os egípcios não quiseram porque chamaram de terra sem lei e o pior lugar do mundo para se viver.


Por que países fortes e com um território gigantesco como Arábia Saudita, Jordânia, Irã e outros não tão grandes, mas muito ricos, como Kweit, Emirados Árabes ou Catar não nos recebem de braços abertos? Preferem somente financiar atentados terroristas e mandar todo seu dinheiro para líderes palestinos terroristas e que não pensam no bem estar da população, mas somente em enriquecimento próprio e incentivo ao ódio e intolerância?

Por isso, meus amigos, escrevo esta mensagem. Sei que esta carta não vai fazer nenhum dos dois lados pararem com o atual conflito e muito menos mudar o pensamento dos lideres que hoje determinam o rumo do meu povo palestino, mas se servir para fazer o povo brasileiro pensar nisso e entender que não precisamos importar um conflito que não serve pra nada aqui e também para que todos vocês realmente entendam quem são os principais responsáveis pela matança generalizada que ocorre atualmente em Gaza, fico feliz.

Israel não é culpado, esta se defendendo dos irresponsáveis lideres terroristas palestinos que diariamente ataca nosso vizinho com seus nada caseiros foguetes para depois se esconderem atrás de mulheres e crianças, colocando toda a culpa nos israelenses, enquanto esses terroristas que infelizmente também são palestinos covardemente se escondem em áreas altamente populosas para causar ainda mais mortes e ganharem fotos sensacionalistas nos jornais do mundo todo.

O povo palestino também não é culpado, o povo palestino, tirando esses terroristas que são minoria quer a paz, quer o convívio pacifico com Israel e com os judeus. Quer uma vida digna e viver em seu território chamando-o de lar, sem precisar fugir para qualquer outro país maravilhoso como o Brasil como eu fiz, pois a Palestina é o melhor lugar para viver um palestino.

Pensem nisso antes de escolher algum lado no conflito, mas acima de tudo, escolham o lado da paz, da tolerância e do respeito com quem quer que seja.
Grato,
Achmed Assef

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

"Escolha a melhor forma de viver e o costume a tornará agradável!"

As universidades de Harvard e Cambridge publicaram recentemente um compêndio com 20 conselhos saudáveis para melhorar a qualidade de vida de forma prática e habitual

1- um copo de suco de laranja diariamente para aumentar o ferro e repor a vitamina C.

2- salpicar canela no café (mantém baixo o colesterol e estáveis os níveis de açúcar no sangue).

3- trocar o pãozinho tradicional pelo pão integral que tem quase 4 vezes mais fibra, 3 vezes mais zinco e quase 2 vezes mais ferro que tem o pão branco.

4- mastigar os vegetais por mais tempo.Isto aumenta a quantidade de químicos anticancerígenos liberados no corpo. Mastigar libera sinigrina.E quanto menos se cozinham os vegetais, melhor efeito preventivo têm.

5- adotar a regra dos 80%: servir-se menos 20% da comida que ia ingerir evita transtornos gastrintestinais, prolonga a vida e reduz o risco de diabetes e ataques de coração.

6- o futuro está na laranja, que reduz em 30% o risco de câncer de pulmão.

7- fazer refeições coloridas como o arco-íris. Comer uma variedade de vermelho, laranja, amarelo, verde, roxo e branco em frutas e vegetais, cria uma melhor mistura de antioxidantes, vitaminas e minerais.

8- comer pizza. Mas escolha as de massa fininha. O Licopene, um antioxidante dos tomates pode inibir e ainda reverter o crescimento dos tumores; e ademais é melhor absorvido pelo corpo quando os tomates estão em molhos para massas ou para pizza.

9- limpar sua escova de dentes e trocá-la regularmente. As escovas podem espalhar gripes e resfriados e outros germes. Assim, é recomendado lavá-las com água quente pelo menos quatro vezes à semana (aproveite o banho no chuveiro), sobretudo após doenças quando devem ser mantidas separadas de outras escovas.

10- realizar atividades que estimulem a mente e fortaleçam sua memória... Faça alguns testes ou quebra-cabeças, palavras-cruzadas, aprenda um idioma, alguma habilidade nova... Leia um livro e memorize parágrafos.

11- usar fio dental e não mastigar chicletes.Acreditem ou não, uma pesquisa deu como resultado que as pessoas que mastigam chicletes têm mais possibilidade de sofrer de arteriosclerose, pois tem os vasos sanguíneos mais estreitos, o que pode preceder a um ataque do coração. Usar fio dental pode acrescentar seis anos a sua idade biológica porque remove as bactérias que atacam aos dentes e o corpo.

12- rir.Uma boa gargalhada é um 'mini-workout', um pequeno exercício físico: 100 a 200 gargalhadas equivalem a 10 minutos de corrida. Baixa o estresse e acorda células naturais de defesa e os anticorpos..

13- não descascar com antecipação. Os vegetais ou frutas, sempre frescos, devem ser cortados e descascados na hora em que forem consumidos. Isso aumenta os níveis de nutrientes contra o câncer.

14- ligar para seus parentes/pais de vez em quando. Um estudo da Faculdade de Medicina de Harvard concluiu que 91% das pessoas que não mantém um laço afetivo com seus entes queridos, particularmente com a mãe, desenvolvem alta pressão, alcoolismo ou doenças cardíacas em idade temporã.

15- desfrutar de uma xícara de chá. O chá comum contém menos níveis de antioxidantes que o chá verde, e beber só uma xícara diária desta infusão diminui o risco de doenças coronárias. Cientistas israelenses também concluíram que beber chá aumenta a sobrevida depois de ataques ao coração.

16- ter um animal de estimação. As pessoas que não têm animais domésticos sofrem mais de estresse e visitam o médico regularmente, dizem os cientistas da Cambridge University. Os mascotes fazem você sentir se otimista, relaxado e isso baixa a pressão do sangue. Os cães são os melhores, mas até um peixinho dourados pode causar um bom resultado.

17- colocar tomate ou verdura frescas no sanduíche. Uma porção de tomate por dia baixa o risco de doença coronária em 30%, segundo cientistas da Harvard Medical School.

18- reorganizar a geladeira. As verduras em qualquer lugar de sua geladeira perdem substâncias nutritivas, porque a luz artificial do equipamento destrói os flavonóides que combatem o câncer que todo vegetal tem. Por isso é melhor usar á área reservada a ela, aquela caixa bem embaixo.

19- comer como um passarinho. A semente de girassol e as sementes de sésamo nas saladas e cereais são nutrientes e antioxidantes. E comer nozes entre as refeições reduz o risco de diabetes.

20- e, por último, um mix de pequenas dicas para alongar a vida:
-comer chocolate.
Duas barras por semana estendem um ano a vida. O amargo é fonte de ferro, magnésio e potássio.
- pensar positivamente.
Pessoas otimistas podem viver até 12 anos mais que os pessimistas, que ademais pegam gripes e resfriados mais facilmente.
- ser sociável.
Pessoas com fortes laços sociais ou redes de amigos têm vidas mais saudáveis que as pessoas solitárias ou que só têm contato com a família.
- conhecer a si mesmo.
Os verdadeiros crentes e aqueles que priorizam o 'ser' sobre o 'ter' têm 35% de probabilidade de viver mais tempo.

Uma vez incorporados, os conselhos, facilmente tornam-se hábitos...

É exatamente o que diz uma certa frase de Sêneca:'
"Escolha a melhor forma de viver e o costume a tornará agradável!"
Eu diria que ainda faltam inúmeros outros conselhos como mas vou me ater a somente dois:
-Amar a Deus e ao próximo como a si mesmo.
-Ser voluntário (a)

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Que guerra é essa? Arabes contra Judeus?


Que Guerra é Essa? Árabes Contra Judeus?
Dom Robinson Cavalcanti

Quem Contra Quem?
Desde a década de 1940 o mundo tem acompanhado, periodicamente, a eclosão de conflitos no Oriente Médio tendo como epicentro Israel/Palestina. Quais as origens e a natureza dessa guerra?

Primeiramente, não se trata de um conflito entre o Islamismo e o Judaísmo. Ambas as religiões são divididas em correntes (“denominações”). O Judaísmo entre Ortodoxos, Conservadores e Reformistas; os Islâmicos entre Sunitas, Xiitas, Ismaelitas, Wahabitas. Em ambos os lados suas correntes são subdivididas em subcorrentes. Há islâmicos que aceitam a existência do Estado de Israel e há judeus (grande parcela dos Ortodoxos) que são contrários a existência desse Estado, que se pretende um “messias corporativo” e não um “messias pessoal” como acreditam. A grande maioria dos Islâmicos e dos Judeus vive em outros continentes e regiões, distantes do local do conflito, e a ele indiferentes ou contrários.

Em segundo lugar, não se trata de um conflito entre Árabes e Judeus. A ampla maioria dos islâmicos não é árabe: Indonésia, Bangladesh, Paquistão, Afeganistão, Irã, África Sub-Sahariana. Os árabes se constituem em uma minoria dos Islâmicos e nem todos os islâmicos árabes vivem no Oriente Médio (Marrocos, Líbia. Tunísia, Argélia). A maioria dos judeus também vive fora da região, sendo o maior núcleo nos Estados Unidos da América.

Se nem todo islâmico é árabe, nem todo árabe é islâmico. Há árabes cristãos, drusos, e judeus sefaradies que assimilaram essa cultura. Por sua vez, o termo Israelita é aplicado aos seguidores do Judaísmo, e Israelense aos cidadãos do Estado de Israel. Entre os Israelenses Israelitas mais de 80% é formado por ateus ou agnósticos, ou seja, são apenas cidadãos de um Estado e seguidores de uma cultura, mas não praticantes de uma religião. Há Israelenses islâmicos, cristãos e drusos.

O Estado de Israel
A sociedade do atual Estado de Israel é altamente estratificada: no topo estão os askhenazim, louros germânicos e eslavos, oriundos do centro e leste da Europa, onde falavam o iídiche (cujos parentes sofreram o genocídio nazista), modernos, secularizados, pouco, ou nada, praticantes da religião, e que idealizaram, fundaram e detém os cargos chaves do governo. Abaixo ficam os sepharadies, expulsos pela inquisição católica principalmente das penínsulas ibérica e itálica, onde falavam o ladino, e que viveram, por séculos em países do norte da África e do Oriente Médio, de hegemonia árabe-islâmica. São considerados “pré-modernos”, menos afeitos à democracia ocidental, e possuem uma percentagem maior de praticantes da religião. Um grupo menor e mais recente são os falashas, judeus negros etíopes, descendentes do intercâmbio entre os dois países na época do rei Salomão e da rainha de Sabá.

Os askhenazim e os sepharadies têm grão-rabinos e sinagogas em separado. Há mais reformistas entre os askhenazim e mais ortodoxos entre os sepharadies, proporcionalmente, com presença de ambos entre os conservadores (conservadores culturais, não nos dogmas).

Embora registrados como cidadãos, e portadores do passaporte de Israel, vem, a seguir, em ordem descente na pirâmide social: os drusos, os árabes cristãos (grego-ortodoxos, sírio-ortodoxos, armênios, coptas, uniatas, latinos, protestantes, etc.) e os árabes islâmicos (com suas clássicas divisões). Mais recentemente, tem surgido mais um grupo, de reduzida expressão: os judeus messiânicos, ou judeu-cristãos.

A sociedade do Estado de Israel é, pois, complexa, e comporta no seu interior uma diversidade de interesses. Sua população atual é de 5 milhões e setecentos mil habitantes, dos quais 1 milhão e 400 mil (cerca de 20%) é de cidadãos árabes que, exercendo seus direitos limitados, conseguem alguns assentos no Knesset (Parlamento).

Antes da criação do Estado de Israel, em 1948, esses diversos grupos conviviam em paz no território, por muitos séculos.

História
Quando os romanos, sob o comando do general Tito, destruíram Jerusalém no ano 70, a maioria dos judeus partiram para o exterior (diáspora), onde já existia muitas comunidades. Parte dos judeus permaneceu no seu lugar de origem, se convertendo ao Cristianismo no primeiro e no segundo séculos e ao islamismo no sétimo século, com a ocupação árabe em 636 ad. Assim, muitos dos árabes-cristãos e árabes-islâmicos de hoje, na verdade são descendentes de judeus convertidos. Por outro lado, ampla parcela dos judeus que retornaram da diáspora são descendentes de prosélitos ou de uniões mistas (germânica, eslava ou latina).

O Estado de Israel é resultado do Movimento Sionista (Sion = colina da antiga Jerusalém), idealizado por Thodor Herzl, que organizou o seu primeiro congresso em Basiléia, na Suíça, em 1897. Outro líder importante foi Chaim Waisseman. Diante do que aconteceu com a Inquisição e do persistente preconceito anti-semita, os sionistas defendiam a existência de um território judaico, que poderia ser na Argentina, na África ou na Palestina. Os idealizadores do Sionismo não eram judeus religiosos, e eram motivados por uma necessidade de sobrevivência, e não por argumentos religiosos, muito menos escatológicos. Em 1909, como bons socialistas, organizaram o primeiro kibutz (fazenda coletiva) em território palestino, com população então de ampla maioria árabe.

O território palestino esteve sob o domínio do Império Turco-Otomano de 1517 a 1917, quando foi ocupado pelos britânicos, cujo chanceler Arthur Balfour reconheceu a necessidade de estabelecimento de um “lar nacional” para os judeus na região, crescendo, lentamente, a imigração de judeus. O Sionismo ganha maior apoio – a imigração aumenta – com a repressão nazista, na segunda parte dos anos 1930 e primeira parte dos anos 1940. Na época cidades como Belém e Nazaré tinham cerca de 90% de suas populações formadas por cristãos nativos.

Durante a ocupação britânica (1920-1948) foi criada a organização para-militar judaica Haganá, cujo braço militar era o Irgun, que defendia a luta armada para expulsar os ingleses, realizando vários atos terroristas, sendo o mais conhecido a explosão do Hotel Rei Davi, em Jerusalém, matando 91 civis, a maioria cidadãos britânicos, mas também árabes e alguns judeus. O falecido ex-missionário batista (UESA/ABUB) no Brasil, Dionísio Pape, foi sargento-paraquedista durante seis meses na Palestina, escapou por pouco de uma bomba terrorista judaica, e presenciou um caminhão da sua unidade ir pelos ares cheio de soldados. Vários desses terroristas se tornaram importantes figuras do Estado de Israel, como o ex-primeiro ministro Menachen Begin.

O não cumprimento por parte dos britânicos de criar um grande Estado árabe nos territórios sob seu mandato, e o fluxo sionista gerou o início das tensões na região. Sem consulta aos árabes-palestinos, a ONU optou pela criação de dois Estados: Israel e Palestina. Os Estados árabes não concordaram, travaram uma guerra contra Israel e perderam (1948-1949). 700 mil palestinos fugiram para Gaza, para a Cisjordânia ou para outros países. Israel confiscou as propriedades dos que fugiram; muitas deles pertencentes às suas famílias por gerações, e as usou para promover o assentamento de novas levas de judeus que faziam a “aliá”: retorno. Gaza ficou incorporada pelo Egito e a Cisjordânia e Jerusalém Oriental pela Jordânia.

Durante toda a sua existência o Estado de Israel recebeu generosas doações da afluente comunidade judaica norte-americana, e foi um aliado automático dos EUA durante o período da “Guerra Fria”.

Com a “Guerra dos Seis Dias” (1967) Israel tomou o controle de Gaza e da Cisjordânia e incorporou Jerusalém Oriental. A população árabe, então, se tornou muito numerosa, somando-se os antigos cidadãos árabe-israelenses e as populações de Gaza e Cisjordânia, sem cidadania, movidas de ressentimento pelas propriedades perdidas, fortemente controladas por Israel, isoladas em uma série de enclaves, com um padrão de vida bem inferior. Daí em diante os surtos de violência são periódicos, com ações e reações, escalada mútua de radicalismo, e muitas mortes inocentes.

Atualidade
Em 1993 foi criada a Autoridade Nacional Palestina, com autonomia relativa sobre Gaza e a Cisjordânia (com capital provisória na cidade de Ramallah), mas não como um Estado independente, mantida sobre eles a soberania do Estado de Israel. Na verdade uma constelação de municípios descontínuos, com um Presidente, uma bandeira, um time de futebol, e um Parlamento com escassos poderes, sendo o partido secular Fatah (que antes cometera atos terroristas) a força política dominante. Em 2005, Israel se retirou de Gaza, fechando suas colônias. Colônias judaicas continuam a existir na zona rural da Cisjordânia, entre cidades palestinas muradas, cujas entradas e saídas são controladas pelo exército de Israel. Verdadeiros “condomínios fechados”, de fora para dentro... e involuntariamente. Chocante ironia, para mim, no ano passado, foi estar em Jericó com nova muralha... construída pelo Estado de Israel.

Enquanto isso, as guerras, e a falta de oportunidades, têm levado ao êxodo dos cristãos da Palestina e do Oriente Médio para o Ocidente, reduzindo drasticamente a sua presença na região de onde são originários, e onde mantiveram a sua fé por dois mil anos.

Se durante a “Guerra Fria” contra a União Soviética, os EUA e aliados armaram Sadam Hussein contra os aiatollahs do Irã, e os mujahedim (como a Al-Qaeda) contra o regime comunista do Afeganistão, grupos religiosos como o Hamas foram estimulados por Israel, visando enfraquecer as forças seculares então majoritárias.

Somando-se os habitantes de Gaza e da Cisjordânia com os cidadãos não-judeus do Estado de Israel, se está diante de uma bomba-relógio biológica. A imigração e a taxa de natalidade dos judeus em Israel vêm perdendo percentagem para as famílias mais numerosas dos cidadãos não-judeus, que poderá ultrapassá-los em poucas décadas.

A paz mundial depende de uma maioria de países caracterizados como Estados Democráticos de Direito, laicos e plurais, com direitos e deveres iguais para todos os cidadãos. Se hoje dois Estados um Judeu e um Palestino – ambos independentes e com um tratado de paz – é a solução mais desejável e menos mal, o grande erro da ocupação britânica e da ONU foi a partição e não a construção de um Estado Laico unificado.

Se os mais religiosos dentre os judeus – os Ortodoxos – se mantém contrários à existência do Estado de Israel, e esse nasceu de um ideal secular, humanista e socialista, outra ironia é que foi entre setores do protestantismo norte-americano: dispensacionalistas, pré-milenistas e pré-tribulacionistas, que se foi construir uma teoria de legitimação para aquele Estado. Seria uma “vitória” dos derrotados no Concílio de Jerusalém (Atos 15)? Um retorno dos judaizantes em uma igreja fragmentada e em crise de autocompreensão e identidade, rompida com sua própria história?

O que afirmamos nós, a maioria dos protestantes que não concorda com esse “cristianismo sionista”, que vai se tornando cada vez mais judaizante, chegando alguns a advogar que há hoje dois caminhos para a salvação: a Graça mediante a Fé em Cristo para todo o mundo, e a Lei para os judeus? Para nós, que não aceitamos nem o gueto de Varsóvia, nem o gueto de Gaza?

Novo Povo de Deus
Deus – na economia da salvação – chamou Abraão, deu a seus descendentes um espaço geográfico, onde deveriam ser o Povo da Aliança: monoteísta, portador da Lei e dos estatutos, modelo de ética individual e social, com um sacerdócio estabelecido ao redor de um Templo, com uma revelação que também se fazia pelos profetas, e cujo objetivo último seria a chegada do Messias na plenitude dos tempos;

O Povo de Israel teve sua trajetória marcada pela instabilidade e pela desobediência do bezerro de ouro e das murmurações no deserto, ao culto idolátrico, politeísta e imoral a deuses estrangeiros, com uma sucessão de maus dirigentes. Os profetas procuraram exortar, corrigir e advertir. Deus, como corretivo, permitiu Israel ser invadido por outros povos e sofrer dois exílios. Por dois séculos antes do Messias, houve silêncio na revelação. O reino do norte (Israel) já havia desaparecido, e o que restara do reino do sul (Judá), era uma província periférica e enfraquecida do Império Romano, dirigida, política e religiosamente, por usurpadores.

A Primeira Aliança chega ao fim com o nascimento, a obra e a ressurreição do (rejeitado) Messias, e quando o véu do templo se rasga. Com a destruição do Templo, no ano 70 ad., cessam os sacrifícios, porque o Cordeiro já fora imolado; cessam os profetas. Uma obra estava acabada, a descendência de Abraão e Davi seria uma bênção para as nações na pessoa de Cristo. A partir daí fica apenas o Judaísmo, como uma religião monoteísta presa à narrativa do passado. Só há um caminho de salvação: Cristo, e os judeus, para serem salvos, deverão se enxertados na árvore da Nova Aliança

Com o Pentecostes se inicia a Nova e Eterna Aliança, o último e definitivo pacto: a Igreja, o novo e atual Israel, Povo de Deus de todos os povos e para todos os povos. A Nova Aliança herda e completa a Antiga. Escreve o apóstolo Pedro: “Mas vós sois geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, para que anuncieis as grandezas daquele que vos chamou das trevas para sua maravilhosa luz” (I Pe 2:9). Essa tem sido – por dois mil anos – a visão dos Pais Apostólicos, dos Pais da Igreja e dos Reformadores.

Integramos o Antigo Testamento (+ o Novo Testamento) no Cânon das Escrituras cristãs. A despeito de nos sentirmos afetivamente vinculados às terras dos episódios bíblicos e por onde o nosso Senhor andou, não podemos – nem devemos – identificar o atual Estado de Israel com o Israel antigo da Bíblia. O nosso compromisso no Oriente Médio – e em todo o mundo – é com nossos irmãos e irmãs da Igreja, e não com os judeus, os islâmicos, ou qualquer outro. Em respeito às Sagradas Escrituras e ao consenso dos fiéis de vinte séculos, não nos cabe elaborar teorias para apoiar agendas geopolíticas do presente.
A paz é fruto da justiça!

Pela paz em Jerusalém, e para todos os povos!
Paripueira (AL), 18 de janeiro de 2009.
Segundo Domingo da Epifania
Festa da Confissão do Apóstolo Pedro

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Evite tirar a sua venda antes do amanhecer!!!!

Rito de passagem dos Cherokees

Você conhece a lenda do rito de passagem da juventude dos índios Cherokees?


O pai leva o filho para a floresta durante o final da tarde, venda-lhe os olhos e deixa-o sozinho.
O filho se senta sozinho no topo de uma montanha toda a noite e não pode remover a venda até os raios do sol brilharem no dia seguinte.
Ele não pode gritar por socorro para ninguém. Se ele passar a noite toda lá, será considerado um homem.
Ele não pode contar a experiência aos outros meninos porque cada um deve tornar-se homem do seu próprio modo, enfrentando o medo do desconhecido.
O menino está naturalmente amedrontado..
Ele pode ouvir toda espécie de barulho.
Os animais selvagens podem, naturalmente, estar ao redor dele.
Talvez alguns humanos possam feri-lo.Os insetos e cobras podem vir picá-lo.
Ele pode estar com frio, fome e sede.
O vento sopra a grama e a terra sacode os tocos, mas ele se senta estoicamente, nunca removendo a venda.

Segundo os Cherokees, este é o único modo dele se tornar um homem.

Finalmente...Após a noite horrível, o sol aparece e a venda é removida.
Ele então descobre seu pai sentado na montanha perto dele.
Ele estava a noite inteira protegendo seu filho do perigo.
Nós também nunca estamos sozinhos! Mesmo quando não percebemos Deus está olhando para nós, 'sentado ao nosso lado'.

Quando os problemas vêm, tudo que temos a fazer é confiar que ELE está nos protegendo.

Se você gostou desta história, repasse-a. E evite tirar a sua venda antes do amanhecer... Moral da história:
Apenas porque você não vê Deus, não significa que Ele nao esteja conosco.
Nós precisamos caminhar pela nossa fé, não com a nossa visão material.

As vezes sinto não só a presença de Deus o tempo todo ao meu lado, mas sinto que le me carrega no colo, e me diz: Filha voce é minha, eu te amo tanto. eu te escolhi eu te chamei, filha......
Acho que porque aprendi a não tirar a venda.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

MST: 25 ANOS DE TEIMOSIA


MST: 25 ANOS DE TEIMOSIA

Em janeiro de 1984, havia uma processo de reascenso do movimento de massas no Brasil. A classe trabalhadora se reorganizando, acumulando forças orgânicas. Os partidos clandestinos agora já estavam na rua, como o PCB, PcdoB, etc. Tínhamos conquistado uma anistia parcial, mas a maioria dos exilados tinham voltado.


Já havia se formado o PT e a CUT e a CONCLAT. Amplos setores das igrejas cristãs ampliavam seu trabalho de formiguinha, de ir formando consciência e núcleos de base em defesa dos pobres, inspirados pela teologia da libertação. Havia um entusiasmo em todo lugar, porque a ditadura estava sendo derrotada, e a classe trabalhadora brasileira está na ofensiva. Lutando e se organizando.

Os camponeses no meio rural viviam o mesmo clima e a mesma ofensiva. Entre 1979 e 1984 se realizaram dezenas de ocupações de terra em todo o país. Os posseiros, os sem terra, os assalariados rurais, perderam o medo. E foram à luta. Não queriam mais migrar para a cidade como bois marcham para o matadouro (na expressão de nosso saudoso poeta uruguaio Zitarroza).

Fruto de tudo isso nos reunimos em Cascavel, em janeiro de 1984, estimulados pelo trabalho pastoral da CPT, lideranças de lutas pela terra de dezesseis estados brasileiros. E lá, depois de 5 dias de debates, discussões, reflexões coletivas, fundamos o MST. Movimento dos trabalhadores rurais sem terra.

Nossos objetivos eram claros. Organizar um movimento de massas a nível nacional, que pudesse conscientizar os camponeses para lutarem por terra, por reforma agrária (significando mudanças mais amplas na agricultura) e por uma sociedade mais justa e igualitária. Queríamos enfim combater a pobreza e a desigualdade social. E a causa principal dessa situação no campo, era a concentração da propriedade da terra, apelidada de latifúndio.
Não tínhamos a menor idéia se isso era possível. E nem quanto tempo levaríamos na busca de nossos objetivos.


Passaram-se 25 anos. Muito tempo. Foram anos de muitas mobilizações, muitas lutas, e de uma teimosia constante, de sempre lutarmos e nos mobilizarmos contra o latifúndio.
Pagamos caro por essa teimosia. Durante o governo Collor, fomos duramente reprimidos, com a instalação inclusive de um departamento especializado em sem terra na Policia Federal. Depois com a vitória do neoliberalismo do governo FHC, foi o sinal verde para os latifundiários e suas policias estaduais atacarem o movimento. E tivemos em pouco tempo dois massacres: Corumbiara e Carajás. Ao longo desses anos, centenas de trabalhadores rurais pagaram com sua própria vida, o sonho da terra livre.


Mas seguimos a luta.

Brecamos o neoliberalismo elegendo o governo Lula. Tínhamos esperança de que a vitória eleitoral pudesse desencadear um novo reascenso do movimento de massas, e com isso a reforma agrária tivesse mais força de ser implementada. Não houve reforma agrária durante o governo Lula. Ao contrário, as forças do capital internacional e financeiro, através de suas empresas transnacionais ampliaram seu controle sobre a agricultura brasileira. Hoje a maior parte de nossas riquezas, produção e distribuição de mercadorias agrícolas está sob controle das empresas transnacionais. Elas se aliaram com os fazendeiros capitalistas e produziram o modelo de exploração do agro-negócio. Muitos de seus porta-vozes se apressaram a prenunciar nas colunas de jornalões burgueses que o MST se acabaria. Lêdo engano.


A Hegemonia do capital financeiro e das transnacionais sobre a agricultura, não conseguiu, felizmente acabar com o MST. Por um único motivo. O agro-negócio não representa solução para os problemas dos milhões de pobres que vivem no meio rural. E o MST é a expressão da vontade de libertação desses pobres.

A luta pela reforma agrária que antes se baseava apenas na ocupação de terras do latifúndio, agora ficou mais complexa. Temos que lutar contra o capital. Contra a dominação das empresas transnacionais. E a reforma agrária, deixou de ser aquela medida clássica: desapropriar grandes latifúndios e distribuir em lotes para os pobres camponeses. Agora, as mudanças no campo, para combater a pobreza, a desigualdade e a concentração de riquezas, depende de mudança não só da propriedade da terra, mas também do modelo de produção. E se agora, os inimigos são também as empresas internacionalizadas , que dominam os mercados mundiais. Significa também que os camponeses dependerão cada vez mais das alianças com os trabalhadores da cidade para poder avançar nas suas conquistas.

Felizmente, o MST adquiriu experiência nesses 25 anos. Sabedoria necessária para desenvolver novos métodos, novas formas de luta de massa, que possam resolver os problemas do povo.

Joao pedro Stedile, membro da coord. nacional do MST e da via campesina Brasil
Brasil.

Organizar,valorizar e apoiar os movimentos sociais e populares tem sido o nossa bandeira, não queremos mais as migalhas que caem das mesas dos poderosos, aleas, estamos fartos delas, queremos a partilha ao invéz da concentração. queremos a comunhão ao invéz da solidão e queremos acima de tudo o amor sendo vivido e não só nas poesias, músicas e livros.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Sincrestismo x Protestantismo

O Protestantismo Brasileiro é Sincrético

Para o sociólogo cristão Gedeon Freire de Alencar, a teologia é mais fruto de contextualização cultural do que revelação divina.
O pensamento crítico não é lá muito valorizado no meio evangélico. Pudera – em boa parte das igrejas, qualquer questionamento costuma ser visto como rebeldia. Por isso, pensadores como Gedeon Freire de Alencar nem sempre têm seu trabalho reconhecido no segmento. Graduado em filosofia, mestre em ciências sociais e diretor pedagógico do Instituto Cristão de Estudos Contemporâneos (ICEC), além de presbítero da Igreja Assembléia de Deus Betesda, em São Paulo, Gedeon acaba de lançar um livro polêmico.


Protestantismo tupiniquim (Arte Editorial) é uma obra que analisa criticamente posturas e comportamentos da Igreja Evangélica nacional. Inclusive, algumas evoluções, como a mudança de atitude diante de manifestações artísticas e culturais até bem pouco tempo vistas como profanas.


Segundo Gedeon, muitas coisas que já foram consideradas pecaminosas pelos crentes de outrora hoje são vistas com outros olhos justamente porque nada tinham de espirituais ou carnais. “Esse juízo de valor nem sempre é apropriado. É o caso do rádio e da TV que, de malditos, passaram a ser usados maciçamente para o evangelismo”, opina. Por isso mesmo, diz o pesquisador, é preciso analisar a teologia sob o ponto de vista contextual: “Embora os teólogos digam que teologia é uma produção divina, a verdade é que ela é uma produção humana adequada ao seu tempo”.
O exemplo mais claro é a chamada teologia da prosperidade, que ganhou força nos anos 1970, acompanhando o processo de urbanização. “Ela só poderia florescer numa sociedade urbana e de consumo”, enfatiza. “É a legitimação do aburguesamento da classe média evangélica.”
No ICEC, Gedeon leciona as disciplinas metodologia científica, filosofia, cultura e Evangelho e sociologia da religião. Além do seu trabalho docente, participa de diversas entidades acadêmicas, como a Associação Brasileira de História da Religião e a Rede de Teólogos e Cientistas Sociais do Pentecostalismo na América Latina e Caribe. Atua também como consultor e palestrante, sempre abordando a inserção do Evangelho nas questões sociais brasileiras.
Nesta entrevista a ECLÉSIA, ele esclarece alguns pontos de seu livro e traça um panorama do modo como a fé evangélica tem influenciado a cultura nacional – e, em escala muito maior, como tem sido afetada por ela.

ECLÉSIA – Como o senhor define esse tal protestantismo tupiniquim, tema de seu livro?

GEDEON ALENCAR – Vou recorrer à definição que faço no fim do livro, que é a de um cristianismo brasileiro. E sendo brasileiro, ele é miscigenado, sincrético, pluralista e festivo, do jeito que o Brasil é. Ou seja, o protestantismo, aqui, não é melhor nem pior do que é o Brasil – ele está impregnado de miscigenação e sincretismo.

Então, a origem do protestantismo é sincrética?
Sim. O cristianismo, originalmente, é sincrético. Ninguém inventa a roda – ou seja, não existe religião pura. As festas judaicas, quando foram estabelecidas por Moisés, obedeciam ao ciclo agrícola. Eram festas que todas as civilizações da época tinham. Os mesopotâmicos tinham aquelas festas e os egípcios também, antes, durante e depois dos hebreus. A própria estrutura e o funcionamento do Tabernáculo tinham aspectos que templos de outros deuses da época também tinham. A diferença é que, no caso dos israelitas, havia uma revelação de um Deus específico e onisciente, mas a estrutura religiosa dos judeus, e aqui estou falando como sociólogo, era igual a qualquer outra. Ou seja, a religião tanto absorve costumes de sua época quanto influencia esses costumes.

Mas os evangélicos são críticos do sincretismo religioso.
Hoje, é muito fácil, e todo mundo faz isso, criticar a questão do sincretismo quanto a cultos afro. Uma das coisas que mais bato no meu texto é que essa nossa implicância com o culto afro tem muito mais a ver com o racismo subjacente. A gente absorve o folclore americano, o folclore europeu, o folclore de outros lugares. E esse folclore, só porque é de civilização branca e poderosa, não é pecado? Ora, veja as músicas dos nossos clássicos hinários. As músicas da Reforma Protestante, por exemplo, são do folclore alemão. Por que que eu posso cantar folclore alemão e não posso cantar folclore angolano? Para se ter uma idéia, um instrumento que foi sacralizado no mundo evangélico é o piano. O piano nasceu em ambientes, digamos, não tão santos. Ele apareceu primeiro nos bordéis, já que sua música é apropriada para danças. Agora, como veio a nós pelo viés anglo-saxão branco, foi divinizado.
Por que o piano é santo e o atabaque é demoníaco? Então, essa nossa implicância protestante vem muito mais por viés racista do que teológico.

Os crentes, em geral, rejeitam as religiões afro por considerarem-nas demoníacas, dada sua inspiração em espíritos ancestrais e divindades ligadas à natureza. Na sua opinião, isto é manifestação racista?
É aí que está. Hoje, fazemos uma satanização da cultura afro como um todo. A gente não procura diferenciar religião afro de cultura afro. Religião afro, como qualquer outra religião, pode ser demoníaca. O protestantismo alemão na época do nazismo não era menos satânico do que a religião afro. E o cristianismo holandês na África do Sul, que legalizava o apartheid, era menos satânico do que os cultos de matriz africana? Toda religião tem erros, ora. Mas também tem acertos e belezas – e isso acontece tanto com as religiões afro quanto com o nosso cristianismo. Veja a musicalidade dos negros, a alegria que eles têm diante da vida. Suas danças são inspiradoras.
E por que que eles são obrigados a celebrar Deus à maneira dos europeus e não à sua própria?
Durante séculos, tivemos essa opressão contra os negros na África, e a transpusemos para o Brasil. Repito: é mais uma questão ideológica do que teológica.

Os evangélicos são avessos também a um dos pontos básicos da fé sincrética, que é a veneração de imagens...
Quando o texto bíblico dos Dez Mandamentos fala em adoração de imagens, a gente simplifica dizendo que trata-se das imagens de escultura e logo associa com os santos católicos. Mas o que é imagem e o conceito de idolatria? O ídolo é toda e qualquer mediação que se coloca entre você e Deus. Em alguns momentos das nossas histórias denominacionais, alguns líderes e membros de determinadas igrejas adoram muito mais a sua igreja e sua tradição do que a Deus. Cria-se todo um processo idolátrico, em que o indivíduo diz que a sua igreja é melhor do que as outras. Isso sem falar dos ícones, de algumas figuras do meio evangélico que têm um patamar de ídolo. Existem líderes em nosso meio evangélico que não pisam no chão. Ninguém pode aproximar-se ou falar diretamente com eles. Há quase um processo de veneração da personalidade do líder. Nesse sentido, tal comportamento é tão pecaminoso e satânico quanto qualquer outra forma de idolatria.

É possível dizer que existem ritmos santos e ritmos profanos?
Veja bem, todos os ritmos são do mundo. Eu acho uma profunda estupidez satanizar um ritmo e divinizar outro. O louvor a Deus não passa pelo ritmo, mas pela transcendentalidade divina e pela subjetividade humana. Um axé pode ser sensual, mas um blues, ou um jazz, também podem. O samba pode ser sensual, mas uma marcha também pode. Mas o que Jesus disse à mulher samaritana? Que os verdadeiros adoradores devem adorar ao Senhor em espírito e em verdade. O que Jesus quis dizer ali é que adoração não tem a ver com uma categoria de pessoas, não tem a ver com o local e não tem a ver com dias determinados. Ou seja, adoração é transcendentalmente acima de temporalidade e do espaço. Logo, se o reduzirmos à questão do ritmo, o louvor não passa por um determinado tipo de música ou dos instrumentos musicais utilizados – passa por um ideal de vida, que é muito mais sublime do que qualquer outra coisa.

O senhor acha que a cultura nacional tem influenciado a Igreja Evangélica?
Sim, e graças a Deus por isso. Nos primórdios do protestantismo no Brasil, a Igreja Evangélica aqui instalada não tinha nada a ver com a realidade brasileira. Quando a Igreja Anglicana chegou por aqui, no século 19, tinha toda sua celebração em inglês. A Igreja Luterana, da mesma forma – era toda alemã, tinha muito mais a ver com a sua raiz étnica do que com o Brasil. Já no século 20, tivemos a Congregação Cristã do Brasil, que até a década de 1940 só fazia cultos em italiano e cantava músicas em italiano. Até a Bíblia era em italiano. Isso só começou a mudar dapois da Segunda Guerra Mundial, porque tudo o que era ligado à Itália e à Alemanha – países que o Brasil combateu no conflito – passou a ser considerado suspeito. A partir dos anos 1950, contudo, as igrejas já nascem aqui com cara brasileira.

Mas a matriz evangélica adotada no Brasil é incontestavelmente de influência americana. Logo, essa dominação americana sobre a Igreja brasileira não acabou?
Aí, entra uma outra particularidade da cultura brasileira, e os evangélicos também estão inseridos nessa cultura. O Brasil hoje é um dos países mais multiculturais do mundo. E somos extremamente abertos a novidades, principalmente aquelas oriundas de nações mais desenvolvidas do que nós. Uma das características mais básicas da cultura brasileira é a imitação. O brasileiro adora imitar o estrangeiro, sobretudo o que vem dos Estados Unidos. E o gospel moderno, tanto na literatura como na música, é uma imitação do que se faz lá. Nada mais brasileiro que imitar o estrangeiro.
Podemos dizer que temos uma Igreja brasileira, mas com cara americanizada. Além da americana, há outras influências culturais sobre a Igreja brasileira? Sim. Em muitas igrejas pentecostais brasileiras, está havendo um retorno a tradições e origens judaicas, que provavelmente vai dar o que falar. Isso tem uma carga ideológica e racista de sionismo forte, num mundo onde se acirrou muito a questão da luta religiosa, influenciada pela direita americana. Eu conheço igrejas em São Paulo que têm a bandeira de Israel no altar. Em outras, o pastor instrui os fiéis a guardar o sábado e a utilizar objetos rituais como o candelabro e outros utensílios do antigo Tabernáculo hebreu. Para quê isso? Uma coisa é você abençoar a geração de Abraão; outra é abençoar a atual nação de Israel. A nação de Israel hoje é a manifestação política de uma outra época, há um longo abismo desde os tempos de Abraão. Eu acho esse sionismo evangélico só traz problemas.

Por quê?
Eu que pergunto: por que certas coisas têm que ser resgatadas e outras não? Se é para obedecer ao Levítico na literalidade, precisaríamos fazer sacrifícios de animais e excluir as mulheres da liturgia. E é claro que não devemos fazer isso. Essa adaptação ao judaísmo não é conveniente para os crentes, pois como é que ficaria então nossa relação com o sacrifício de Jesus? Isso causa um problema teológico seríssimo.

E a Igreja brasileira tem influenciado a cultura nacional?
Sim e não. Um exemplo claro foi sua postura diante do golpe militar de 1964. No início da ditadura militar, todas as igrejas evangélicas, como batistas e presbiterianas, mandaram telegramas para o general Castelo Branco, um dos líderes do movimento e que se tornou presidente da República, parabenizando-o pelo golpe. Eles estavam certos de que aquilo era a direção de Deus, mas anos depois a gente viu no que deu. Com o presidente Collor e, mais tarde, com o próprio Lula, foi a mesma coisa. Qualquer manifestação contra ou a favor é uma manifestação secular, social. É uma inserção da Igreja nessa sociedade, ao mesmo tempo que pode ser uma manifestação espiritual. Há 50 anos atrás a Igreja satanizava o futebol; hoje, não. O futebol deixou de ser pecaminoso ou a igreja melhorou? Nem uma coisa nem outra. Futebol não deixou de ser futebol e igreja não deixou de ser igreja. No decorrer dos anos todos mudam, pois há uma adequação natural. Não tem como ser diferente.

Essa adequação não é prejudicial?
Para não tipificar de forma muito pejorativa a Igreja, vamos relacioná-la com o PT. O PT de 20 anos atrás era aquele grupinho coeso, de uma honestidade a toda a prova. Pobre, pequeno, com inimigos mil ao redor – essa é uma tendência natural do agrupamento social minoritário. Num grupo pequeno, seus inimigos são sempre exteriores. Na medida em que esse agrupamento vai crescendo, seus inimigos mudam. E aí começa aquela história de fogo amigo. Os maiores inimigos tornam-se os internos. Voltando à questão da Igreja, à medida que ela vai crescendo – e ela cresceu muitíssimo nas últimas décadas –, vai perdendo seu poder de influência.

O natural não seria o contrário?
Acontece que ela ficou quantitativamente grande, mas tornou-se qualitativamente heterodoxa. É uma Igreja que não influencia mais a sociedade, porque ficou menos coesa.

Hoje assistimos a uma explosão do chamado mercado gospel. A produção cultural evangélica tem influenciado “o mundo”, para usar uma expressão bem comum entre os crentes?
O problema da nossa produção cultural é que a gente entra no mercado não para alterar alguma coisa, mas seguindo os padrões vigentes de produção, de consumo, de estética – e, dizem as más línguas, de falcatrua. Isso é mais evidente em relação à chamada indústria de música gospel. Da mesma forma, com a chamada indústria evangélica de literatura. Há até indústria de testemunhos! Há algum tempo, os evangélicos achavam errado estar presente no mundo. Só que o grande problema não é a gente estar presente lá no mundo, mas seguir o mesmo padrão dominante. Transportando isso para a questão do comportamento social, não existe mais aquele perfil evangélico do indivíduo que não bebe, não fuma, não é desonesto e não faz coisas erradas. O evangélico de hoje não tem mais aquele carimbo de santidade na testa. Algumas vezes, faz coisas até piores do que os outros.

E o que dizer das qualidade da produção cultural evangélica?
Se a gente pegar algumas canções de louvor e adoração que são cantadas hoje, veremos que são muito rasas. Os caras escrevem umas quatro linhas que não dizem nada e ficam repetindo essa baboseira por meia hora. Isso é desonesto. Eu já ouvi músicas da nova safra gospel que considero um lixo. Não têm qualidade musical, não têm conteúdo, não têm letra, não têm arranjo, não têm estilo. É uma porcaria, com todas as letras. Também tenho lido livros evangélicos de ponta a ponta e no final não consigo entender o tema daquilo. O autor não diz nada e você fica com a sensação de que gastou dinheiro e não aprendeu nada. Ou então, no culto, o pregador fica 40 minutos dizendo absolutamente nada. Ou seja, uma mensagem vazia é tão desonesta qanto um CD ou um livro que não dizem nada. E ainda tem aquela coisa da fabricação de astros da música, de ídolos da literatura, de estrelas do púlpito. A gente vê isso nos livros, nos CDs, nos cultos, nos congressos... .

A teologia também é uma produção cultural?
Apesar dos teólogos sempre dizerem que teologia é uma revelação divina, a verdade é que ela é uma produção humana adequada ao seu tempo. Do ponto de vista sociológico, teologia é a legalização do estado social. Nesse sentido, a teologia da prosperidade jamais poderia fazer sucessso na década de 1920, quando ocorreu uma grande crise econômica do mundo. Não havia ambiente social nem cultural para isso. A teologia da prosperidade nasce junto com o neoliberalismo econômico. Quer dizer, ela junta a fome com a vontade de comer. Ou seja, as teologias são sempre produzidas de acordo com a época. A teologia da prosperidade nasce num processo de urbanização fundamental. Essa teologia não poderia ter nascido numa sociedade rural. Ela tinha que aparecer num mundo urbanizado com o de hoje, com demandas de consumo inimagináveis. A teologia da prosperidade legaliza essa classe média evangélica que se aburguesou. E isso não é um fenômeno exclusivamente contemporâneo. A teologia calvinista do século 17 surgiu como forma de legalização da burguesia ascendente da época. E assim por diante.

Então a teologia desses grupos é meramente utilitária?
Tanto quanto de outros grupos. O segmento neopentecostal tem uma ética relativista e uma estética muito consumista. Isso também tem uma teologia, conforme a tese que o sociólogo Ricardo Mariano elaborou sobre o neopentecostalismo, que relativizou a ética e se aproveitou da estética.

Onde mais se observam contextualizações sociais ou políticas na teologia protestante?
Para não ficarmos somente na teologia da prosperidade, veja o escatologismo exagerado do pentecostalismo nas primeiras décadas do século passado. Há uma razão histórica para explicar tamanha ênfase num eventual fim dos tempos. O pentecostalismo nasce na passagem do século 19 para o 20. Toda passagem de século tem uma efervescência escatológica muito forte. E logo nos anos seguintes, veio a Primeira Guerra Mundial, que trouxe uma mudança fundamental no processo bélico, que foi a inclusão dos aviões – uma tecnologia nova – em combates. Num panorama de destruição daqueles, a ênfase escatológica foi tão grande que os crentes pensavam que Jesus estava às portas, prestes a voltar a qualquer momento. Depois, veio a Segunda Guerra, trazendo mais destruição e ainda por cima a figura de Hitler, considerado por muitos como o próprio anticristo. Logo, tudo apontava para uma volta iminente de Cristo, e a teologia produzida na época refletia isso.

Falando em termos sociológicos, esse escatologismo levou os evangélicos à alienação? Exatamente. O grande mal que essa teologia produziu foi uma alienação absoluta da realidade. Como as pessoas pensavam que Jesus já estava voltando, achavam que não deveriam mais ter nada a ver com este mundo. A teologia pentecostal, nos seus primeiros anos, e mesmo até hoje em alguns setores, levou os evangélicos a achar que só a vida espiritual deveria ser cuidada – e o mundo que se explodisse. O fato de se pensar somente em morar no céu produziu uma profunda alienação. Olha, eu tenho muitas reservas contra os dogmáticos de plantão, os donos da verdade teológica, que dizem que isso ou aquilo é pecado e está errado. Pode ser que não seja. Como eu não sou teólogo ou pastor, posso me dar ao luxo de relativizar. Como sociólogo, não tenho essa preocupação dogmática. E acho que os crentes em geral também não devem ter
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