quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

POLICIA DE PERNAMBUCO É CONDENADA POR OUTDOORS CONTRA O MST

Uma decisão do Ministério Público de Pernambuco obriga a Associação dosOficiais, Subtenentes e Sargentos da Polícia Militar/Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco (AOSS) e a empresa de outdoors Stampa, a veicular21 outdoors com mensagens de promoção e defesa dos direitos humanos e da Reforma Agrária.
Arte será definida pelo MST e aprovada pelo Ministério Público. A entidade, atualmente denominada Associação dos Militares de Pernambuco(AME), terá ainda que publicar retratações públicas ao MST no Diário Oficial, no jornal interno da polícia militar e no página na internet da associação.
A contrapropaganda deve ser veiculada a partir de março de2011.
A decisão é resultado do Termo de Ajustamento de Conduta no procedimento administrativo Nº 06008-0/7, no Ministério Público de Pernambuco.
O pedido foi apresentado pela organização de direitos humanos Terra de Direitos, pelo Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH), pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) e pelo MST por danos morais e direito de resposta contra a AOSS, em virtude da ?campanha publicitária? contrao MST realizada pela Associação em 2006.
A AOSS distribuiu nas principais vias públicas do Recife e nas rodoviasdo Estado de Pernambuco outdoors e jornais, além de propagandas nos horários nobres das rádios e televisões, peças com conteúdos difamatórios e preconceituosos contra os Sem Terra.
Nos outdoors, veiculava-se a seguinte mensagem: ?Sem Terra: sem lei, semrespeito e sem qualquer limite. Como isso tudo vai parar?? A campanha tinha o claro objetivo de criminalizar o MST e seus militantes e deslegitimar a luta pela Reforma Agrária dos trabalhadores e trabalhadoras rurais, incitando a sociedade e os próprios policiais militares à violência contra os Sem Terra.
À época da campanha, o presidente da AOSS era o atual deputado estadual Major Alberto Jorge do Nascimento Feitosa, que assinou pessoalmente os materiais da campanha junto com a associação.
Durante inquérito para apurar o caso, o Ministério Público ouviu representantes da AOSS e das organizações de direitos humanos.
De acordo com o depoimento do capitão da PM-PE Vlademir José de Assis,que assumiu a presidência da AOSS depois da saída do Major Feitosa, acampanha foi financiada por grupos empresariais, proprietários de empresas de TV e políticos pernambucanos.
O Ministério Público considerou a campanha um abuso aos direitos humanos e um desrespeito aos princípios constitucionais de liberdade de reivindicação e de associação, e acima de tudo, uma ofensa à dignidade da pessoa humana.
(*) Matéria publicada originalmente na página do MST.
Viva o glorioso Ministério Público

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