Eleição 2010 – Evangélico, o que você tem a ver com isso?
Em outubro, haverá eleições para presidente, governadores, senadores e deputados federais e estaduais. A população brasileira irá exercer de forma plena a chamada cidadania, que não faz acepção de pessoas quanto à classe social, na hora de votar.
Mas, o que a tão propalada cidadania significa? A palavra vem do latim civitas, que quer dizer cidade. Em Roma antiga, a cidadania indicava a situação política de uma pessoa, ou seja, mostrava os deveres e direitos que a mesma detinha e deveria exercer. Portanto, exercer a cidadania significa usufruir de forma irrestrita dos direitos garantidos na lei, especialmente na Constituição. Ter cidadania é ter direito a uma educação de qualidade, com educadores qualificados, que recebam salário compatível — o mínimo deve ser o piso nacional do magistério. Ser cidadão é ter direito à saúde, cujos profissionais, rede de atendimento, medicamentos estejam sempre disponíveis quando necessários. Ser cidadão é receber, pelo trabalho, o mínimo suficiente para o atendimento das necessidades básicas, do trabalhador e de sua família.
Na hora de votar, como cidadão, filho de Deus e seguidor de Cristo, o crente tem que agir rigorosamente de acordo com as orientações bíblicas. Conhecer o passado e o presente, e examinar os projetos dos candidatos é um caminho que muito ajudará o cristão a definir seu voto. Aliás, ser sábio e buscar discernimento é mandamento bíblico.
Evangélico só vota em evangélico? Certamente, não. Evangélico deve votar em quem se compromete com a defesa da soberania da nação e dos interesses coletivos da população, seja nas cidades, nos estados ou no país. Aliás, alguns políticos evangélicos desonraram não só seus irmãos em Cristo, mas principalmente a palavra de Deus. Esqueceram-se de Ec 5:4 e 5 que diz: Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de tolos; o que votares, paga-o. Melhor é que não votes do que votares e não cumprires. Tais homens, preocupados tão somente com política partidária, ignoram essa determinação: simplesmente prometem e não cumprem. E ainda desconsideram a advertência daquele a quem hão de prestar contas: É impossível que não venham escândalos, mas ai daquele por quem vierem! Adverte Jesus em Lucas 17:1.
Por isso, Cristo orienta seus seguidores na hora do voto. Ele ensina a discernir e a escolher, dizendo: Por seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos? Assim, toda a árvore boa produz bons frutos, e toda a árvore má produz frutos maus. No contexto, “fruto” aponta claramente para as características que acompanham quem é guiado pelo Espírito de Deus. Ou seja, amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio (Gl 5:22-23).
Cristo orienta o evangélico ao exercício da cidadania: a examinar os frutos dos candidatos, pois tal análise dá sabedoria e discernimento na hora do voto.
José Lourenço da Silva – ICE Brasília